O ano é 1904, no humilde povoado de Bacuripanã, município de Cururupu-MA. É nesse cenário que nasce, no dia 17 de maio, um gênio da arte popular do Maranhão, Antônio Bruno Pinto Nogueira, mais conhecido como Nhozinho.
Já na infância, o menino, que gostava de soltar papagaios e brincar na rua, demonstrava suas habilidades para criar seus próprios brinquedos, com matéria-prima simples encontrada nas proximidades da sua casa, como madeira e o buriti, espécie de palmeira nativa da região.
Alguns anos depois ele vai com seus pais, Sebastião José Nogueira e Marcolina Cecília Pinto Nogueira, morar na sede do município de Cururupu, onde encanta as demais crianças com seus brinquedos artesanais.
Aos 12 anos é descoberta uma doença degenerativa, que lhe deformou os pés, pernas, braços e mãos, e que mais tarde viria a cegar-lhe o olho direito. Após a morte dos seus pais, ele deixa o município de Cururupu e vai morar com a irmã na capital maranhense, no ano de 1936, então com 32 anos.
Em São Luís, Nhozinho continuou a produzir os brinquedos e as esculturas em miniatura de personagens populares, como a brincadeira do bumba-meu-boi, mesmo acometido dos sérios problemas de saúde. O artesão chegou a construir um carrinho de madeira para sua locomoção. Elaborava, ainda, as ferramentas para exercer sua atividade e a própria bancada onde fazia os brinquedos.
A consagração de Nhozinho enquanto artista popular deu-se a partir da produção de cerca de cinquenta caixinhas de costureiro, para a empresa Singer, na qual haviam uma moça e uma máquina de costura ornamentando a tampa.
No decorrer da década de 1940, o artesão começou a chamar a atenção de pesquisadores e intelectuais, firmando-se no mercado de arte popular nas décadas seguintes, o que lhe conferiu uma vida independente e autônoma.
No dia 23 de maio de 1974, aos 70 anos, no auge da sua atividade artística, Antônio Bruno, o Nhozinho, faleceu sem deixar herdeiros, mas com uma diversificada produção, como as miniaturas das mulheres rendeiras, embarcações feitas em buriti, imagens para presépios, os brincantes do bumba-meu-boi sotaque de costa de mão e muitos outros personagens do folclore maranhense que serviam de inspiração para o artesão.
Fontes de pesquisa:
ROCHA, Maira Teresa Gonçalves. Compreensão estética de um acervo: estágios de desenvolvimento estético e tipos de leituras de imagens realizadas pelos frequentadores do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. São Luís, 2004.
RIBEIRO, Ladislene dos Santos. Casa de Nhozinho: Espaço vivo de preservação da cultura popular maranhense. São Luís, 2009.
http://www.nhozinho.art.br
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
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Realmente um grande artista que soube superar as dificuldades... É através de pessoas como essa que nos orgulhamos de sermos maranhenses!
ResponderExcluirCasa de Nhozinho na Blogosfera,
ResponderExcluirjá espalhei a notícia no Marcus Historico
Abraço
parabens pelo blog
ResponderExcluirNhozinho era um menino bonito. Morena tinha que CREDO!!! A idéia do blog foi ótima. Recebemos pessoas dos lugares mais distantes do mundo. Tenho certeza que conhecer a história de Nhozinho e do nosso cotidiano é uma experiência marcante e elas querem compartilhar com os amigos.Nada melhor que a internet pra aproximar as pessoas da nossa cultura , não acha? São histórias que tenho o prazer de repetir todos os dias é minha novena pessoal. Nhozinho, Jairo, Maria, Terezinha, Beto, Euclides.São tantas vidas e modos que me circundam diariamente! Parabéns Max, Jandir, todos, bom trabalho!!!!
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