tag:blogger.com,1999:blog-22298863752465572992024-02-20T14:25:27.584-03:00Casa de NhozinhoBlog dedicado a textos, artigos, resenhas e matérias relacionadas à cultura popular maranhense. Além de divulgação de eventos realizados pelo módulo expositivo Casa de Nhozinho.Casa de Nhozinhohttp://www.blogger.com/profile/12270775128191349002noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-2229886375246557299.post-91817172299592735762010-03-03T16:09:00.001-03:002010-03-04T15:13:18.252-03:00Exposição sobre cofos na Casa de Nhozinho<em>"Cofo é o nome dado, no Maranhão, à cestaria de natureza utilitária, confeccionada manualmente com as folhas de palmeiras nativas. No dia-a-dia do maranhense, o cofo é um instrumento já “tradicional” e mesmo indispensável. Ainda que muitas vezes invisível para muitos (...).</em>" (pag.11)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_XpZ9QO2cGky-oPhWYThc1RPHzjpAOXzx1Jw6KMfK8-ouStMVVWVgCWfbznRH4kcVxPVm5fqKpkBPPs6VujvhE2QCPPmbDzuDJR5sNqlSrNdbddm7mZQTTYPmfuB1NwAk3xMU7HBLlx4/s1600-h/cofo_blog_01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_XpZ9QO2cGky-oPhWYThc1RPHzjpAOXzx1Jw6KMfK8-ouStMVVWVgCWfbznRH4kcVxPVm5fqKpkBPPs6VujvhE2QCPPmbDzuDJR5sNqlSrNdbddm7mZQTTYPmfuB1NwAk3xMU7HBLlx4/s320/cofo_blog_01.jpg" width="298" /></a></div>Assim definido no livro Cofo: tramas e segredos, esse utensílio tão comum no cotidiano do povo simples do Maranhão ganhou destaque através da exposição em cartaz desde agosto de 2009 na Casa de Nhozinho.<br />
Essa exposição é resultado de uma extensa pesquisa, de onde também surgiu a oportunidade de publicar o livro, que se materializou num conjunto de registros com cerca de 1800 fotografias, 13 relatórios e 72 entrevistas feitas com homens e mulheres que através de seus conhecimentos e histórias, dão cor, textura e sentido a essa exposição e à publicação.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBt5hYf2HEy4yQ9nN7EA3GPudraoF1CjFXcOC4B_jslV7Fe20hDwwE7tKgJxoq_zcYkx4BwolUEuTfeRXYZFKOYBX3e_SPfJ8eqauJv9TBWlS6jWPvN8F2YNThgNrnGSwCw_v0RzTamVg/s1600-h/cofo_blog_04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="322" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBt5hYf2HEy4yQ9nN7EA3GPudraoF1CjFXcOC4B_jslV7Fe20hDwwE7tKgJxoq_zcYkx4BwolUEuTfeRXYZFKOYBX3e_SPfJ8eqauJv9TBWlS6jWPvN8F2YNThgNrnGSwCw_v0RzTamVg/s400/cofo_blog_04.jpg" width="400" /></a></div>Foi dessa forma que, com o patrocínio do Programa BNB de Cultura e o apoio da 3ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão e do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, a Comissão Maranhense de Folclore, através de uma equipe formada por antropólogos e pesquisadores, percorreu cidades e localidades em seis regiões do Maranhão, em busca de registros sobre conhecimentos desenvolvidos e repassados ao longo de gerações.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgdboLWLx8HQ1AN-GzCSLoMpOvvypcCzg0jX-Caus31WLPGIDrqxnbxA4v5gRhKbSXyik8xw2XumrDYoMzZ9qu7YrEzU3bttH71Pr68hCH0NDqFORa9uFGXGiIhrmOIWPnZeIJmH-32k/s1600-h/cofo_blog_02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgdboLWLx8HQ1AN-GzCSLoMpOvvypcCzg0jX-Caus31WLPGIDrqxnbxA4v5gRhKbSXyik8xw2XumrDYoMzZ9qu7YrEzU3bttH71Pr68hCH0NDqFORa9uFGXGiIhrmOIWPnZeIJmH-32k/s320/cofo_blog_02.jpg" width="298" /></a></div><em>"Eu aprendi sozinha mesmo com idade de oito anos. Olhando assim, eu começei a fazer, mal feito, né? E aí eu fui, olhando o jeito dos outros, quando pensei que não, eu aprendi a fazer muito direito."</em> Gardênia de Oliveira, Cachoeira, Codó. (pag. 47)<br />
<em>"Quando eu tinha meu pai, eu era danado pra ir pescar. Um dia eu pedi‘papai, me ensine fazer um cofo aqui’. Ele me ensinou a primeira vez,eu não acertei. Quando foi na segunda vez ele tirou o talo do cofo e me largou pela cabeça. Aí eu disse ‘não, papai, desse jeito eu não vou aprender’. (Risos) Larguei lá, quando foi de noite os colegas vieram com vontade de ir pescar... E eu sem poder ir no igarapé porque não tinha um cofinho. Aí eu pulei, rapaz, pelejei de noite, até Deus e Nossa Senhora ajudaram e eu acertei fazer por mim mesmo. Aí eu não me esqueci mais, fiquei fazendo cofo todo tempo."</em> Arlindo Trindade, Central do Maranhão. (pag. 47)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZCW9xF20FNM85_Bh91Tzn4Kf6qtX2xqjBz2CLsk4JgLEkZPVT2PiqAsLc1ar4ONIvZwBuzuCFVmUXOrZFgJ5RL-59I5bTwD_5a1shHGFPmTDZ2fFP8xduVlmv2ULnqOa381etAjXQW08/s1600-h/cofo_blog_03.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="278" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZCW9xF20FNM85_Bh91Tzn4Kf6qtX2xqjBz2CLsk4JgLEkZPVT2PiqAsLc1ar4ONIvZwBuzuCFVmUXOrZFgJ5RL-59I5bTwD_5a1shHGFPmTDZ2fFP8xduVlmv2ULnqOa381etAjXQW08/s320/cofo_blog_03.jpg" width="320" /></a></div>Assim, as reflexões feitas na exposição e no livro estão apoiadas em trabalho de campo que se desenvolveu entre os meses de junho de 2007 a janeiro de 2008. Inicialmente pensadas para ser realizadas em 12 municípios, as viagens expandiram-se para 24 localidades em diferentes regiões do estado, escolhidas devido à marcante utilização do cofo nas atividades cotidianas. Entre elas: Alcântara, Axixá, Bacurituba, Carutapera, Caxias, Cedral, Central do Maranhão, Codó, Cururupu, Guimarães, Icatu, Itapecuru-mirim, Matinha, Mirinzal, Morros, Pinheiro, Porto Rico do Maranhão, Raposa, Rosário, São Bento, São Luís, Viana.<br />
Para a equipe que realizou esse grandioso trabalho, esse é apenas o primeiro passo no sentido de valorizar e estimular a continuidade e o repasse dos conhecimentos sobre as técnicas de manufatura de cofos e contribuir para que estes artesãos não sejam mais deixados no anonimato.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWFvtdlUmctHwJf4WtK7Um7NbC-6oGx5ra2ephjQ23FCGjajJTT8UqhTIJEJlV7SNBRBuRCErSQw6qZmAVq1dubXAWVRUWkjse7hV5smh8brx54mxwP6SxdXeA4Jh0Nr7J9B6UYLL8uM/s1600-h/cofo_blog_05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWFvtdlUmctHwJf4WtK7Um7NbC-6oGx5ra2ephjQ23FCGjajJTT8UqhTIJEJlV7SNBRBuRCErSQw6qZmAVq1dubXAWVRUWkjse7hV5smh8brx54mxwP6SxdXeA4Jh0Nr7J9B6UYLL8uM/s320/cofo_blog_05.jpg" width="298" /></a></div><div align="center"><em><span style="font-size: x-small;">Estagiários e funcionários da Casa de Nhozinho exibindo o livro<strong> Cofo: tramas e segredos</strong></span></em></div><br />
A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 09 às 18 horas, na Casa de Nhozinho, ainda com data indeterminada para sair do módulo expositivo.Casa de Nhozinhohttp://www.blogger.com/profile/12270775128191349002noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2229886375246557299.post-92197709301222691902010-02-05T16:51:00.001-03:002010-02-09T08:54:13.307-03:00Nhozinho: um artista popular<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-rwwxeb-6j-6uXxM8oSfDknxaeID8RleswagGL2jVHn3JlASIhPf47SwEXv0qg0WW6cN7o7Nz-aRQv0t4WnyXp1b15hZYsOQtQISjvIL224FeY8JXxDhDGVFJwhKuNZDrtNIRmOH4sKo/s1600-h/blogger_bancada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-rwwxeb-6j-6uXxM8oSfDknxaeID8RleswagGL2jVHn3JlASIhPf47SwEXv0qg0WW6cN7o7Nz-aRQv0t4WnyXp1b15hZYsOQtQISjvIL224FeY8JXxDhDGVFJwhKuNZDrtNIRmOH4sKo/s320/blogger_bancada.jpg" width="298" /></a></div>O ano é 1904, no humilde povoado de Bacuripanã, município de Cururupu-MA. É nesse cenário que nasce, no dia 17 de maio, um gênio da arte popular do Maranhão, <strong>Antônio Bruno Pinto Nogueira</strong>, mais conhecido como <strong>Nhozinho</strong>.<br />
<br />
<br />
Já na infância, o menino, que gostava de soltar papagaios e brincar na rua, demonstrava suas habilidades para criar seus próprios brinquedos, com matéria-prima simples encontrada nas proximidades da sua casa, como madeira e o buriti, espécie de palmeira nativa da região.<br />
<br />
Alguns anos depois ele vai com seus pais, Sebastião José Nogueira e Marcolina Cecília Pinto Nogueira, morar na sede do município de Cururupu, onde encanta as demais crianças com seus brinquedos artesanais.<br />
<br />
Aos 12 anos é descoberta uma doença degenerativa, que lhe deformou os pés, pernas, braços e mãos, e que mais tarde viria a cegar-lhe o olho direito. Após a morte dos seus pais, ele deixa o município de Cururupu e vai morar com a irmã na capital maranhense, no ano de 1936, então com 32 anos.<br />
<br />
Em São Luís, Nhozinho continuou a produzir os brinquedos e as esculturas em miniatura de personagens populares, como a brincadeira do bumba-meu-boi, mesmo acometido dos sérios problemas de saúde. O artesão chegou a construir um carrinho de madeira para sua locomoção. Elaborava, ainda, as ferramentas para exercer sua atividade e a própria bancada onde fazia os brinquedos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XmzHJiPHv0fCFZbSSz5eIaxDdOu7KAcKoYLFSt_mBk-bUiH-x8C2P1pe-a0oYQHwsftIXBGEyh5ClmECHgpDiyx2FwMlDN0mA-WmXwTIC08PKOV-oWQWuQP67XT_4Rh9PBfSs3dLWsk/s1600-h/blogger_carrinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XmzHJiPHv0fCFZbSSz5eIaxDdOu7KAcKoYLFSt_mBk-bUiH-x8C2P1pe-a0oYQHwsftIXBGEyh5ClmECHgpDiyx2FwMlDN0mA-WmXwTIC08PKOV-oWQWuQP67XT_4Rh9PBfSs3dLWsk/s320/blogger_carrinho.jpg" width="298" /></a></div><br />
<br />
A consagração de Nhozinho enquanto artista popular deu-se a partir da produção de cerca de cinquenta caixinhas de costureiro, para a empresa Singer, na qual haviam uma moça e uma máquina de costura ornamentando a tampa. <br />
<br />
No decorrer da década de 1940, o artesão começou a chamar a atenção de pesquisadores e intelectuais, firmando-se no mercado de arte popular nas décadas seguintes, o que lhe conferiu uma vida independente e autônoma.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf0Ie8oaD0uZbbZvW4RAPY-7Dxw0SY8ZZNzCvTGeXqtDgHfZDDG3sduqwrN8pKGewYFBFkogKBY244B2JUhYqDs_X6gyNwdXZOUOCv_jyFbIvVMN1VJL8ZoyCpHPRLFElecrKFJ9MOhC4/s1600-h/blogger_bonecos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf0Ie8oaD0uZbbZvW4RAPY-7Dxw0SY8ZZNzCvTGeXqtDgHfZDDG3sduqwrN8pKGewYFBFkogKBY244B2JUhYqDs_X6gyNwdXZOUOCv_jyFbIvVMN1VJL8ZoyCpHPRLFElecrKFJ9MOhC4/s400/blogger_bonecos.jpg" width="400" /></a></div><br />
No dia 23 de maio de 1974, aos 70 anos, no auge da sua atividade artística, Antônio Bruno, o Nhozinho, faleceu sem deixar herdeiros, mas com uma diversificada produção, como as miniaturas das mulheres rendeiras, embarcações feitas em buriti, imagens para presépios, os brincantes do bumba-meu-boi sotaque de costa de mão e muitos outros personagens do folclore maranhense que serviam de inspiração para o artesão.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPwF57etlj1hLoKSs6RNSjc_rEqKOt5Z5-DXgqCsNEBXKBYJmVk8p6MF77M7rNgoGqY8e0DA4HPPlZ2LrOfFw-pp563lZrTKjCASuUebCigYS_W7ddB1f7HM5e-Nkl8LUj3vnP15KPHkY/s1600-h/blogger_rodadeboi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPwF57etlj1hLoKSs6RNSjc_rEqKOt5Z5-DXgqCsNEBXKBYJmVk8p6MF77M7rNgoGqY8e0DA4HPPlZ2LrOfFw-pp563lZrTKjCASuUebCigYS_W7ddB1f7HM5e-Nkl8LUj3vnP15KPHkY/s320/blogger_rodadeboi.jpg" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Fontes de pesquisa:<br />
<br />
ROCHA, Maira Teresa Gonçalves. Compreensão estética de um acervo: estágios de desenvolvimento estético e tipos de leituras de imagens realizadas pelos frequentadores do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. São Luís, 2004.<br />
<br />
RIBEIRO, Ladislene dos Santos. Casa de Nhozinho: Espaço vivo de preservação da cultura popular maranhense. São Luís, 2009.<br />
<br />
http://www.nhozinho.art.brCasa de Nhozinhohttp://www.blogger.com/profile/12270775128191349002noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2229886375246557299.post-36356629090892644312010-01-29T16:01:00.002-03:002010-02-09T08:52:03.257-03:00Blog Casa de Nhozinho estréia falando da exposição de Márcio Vasconcelos<div style="text-align: justify;">Enfim, estamos fazendo a primeira publicação do Blog Casa de Nhozinho. Esperamos que este blog se transforme em uma fonte de boas e importantes informações sobre a cultura popular maranhense. Dessa forma, nossa primeira publicação é de autoria de Grete Pflueger, e fala sobre a exposição "ZELADORES DE VODUNS E OUTRAS ENTIDADES DO BENIN AO MARANHÃO" do fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos, em cartaz na Casa de Nhozinho até o mês de fevereiro. Visitem! E boa leitura...</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOUUU3FJDUM3HFTT57ToketOJb1NBwAezfp2oMA-uBNuTYgv6TBiB80XCF7UbF23j9fKc85pxZXtDtGQJmDxu5HpyI40soUyMSVGEZ2QuICKhcVPN-cwCiI0eDTrHI6lktkeM7MIF2R_U/s1600-h/convite-frente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOUUU3FJDUM3HFTT57ToketOJb1NBwAezfp2oMA-uBNuTYgv6TBiB80XCF7UbF23j9fKc85pxZXtDtGQJmDxu5HpyI40soUyMSVGEZ2QuICKhcVPN-cwCiI0eDTrHI6lktkeM7MIF2R_U/s400/convite-frente.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><strong>A Saga de uma Rainha Negra</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">A saga de Nã Agotimé é pura magia. Representa a força dos elementos naturais transformando a vida que se transforma em culto. </div><div style="text-align: justify;">Desde tempos imemoriais se cultuava os voduns da família real do Daomé, hoje Benim. Um Clã mágico e místico iluminava o continente negro, numa época de uma África conturbada por guerras tribais em busca do poder. Muitos reis passaram e o Daomé, que era apenas uma cidade, tornou-se um país. </div><div style="text-align: justify;">No palácio Dãxome, reinava Agongolo. O rei tinha como segunda esposa a rainha Agotimé e dois filhos (Adandozan, do primeiro casamento, e Gezo, nascido de Agotimé). No momento de sua morte, o rei elegeu seu segundo filho para sucedê-lo no trono, mas a sua ordem foi desconsiderada e Adandozan assumiu o trono como tutor de Gezo. Abomey tornou-se vítima de um governo tirânico e cruel. </div><div style="text-align: justify;"><strong>Mágica e Magia</strong>. A rainha era conhecida em seu reino pelas histórias que contava sobre seus ancestrais e sobre o culto aos reis mortos. Guardava os segredos do culto a Xelegbatá, a peste. Detentora de tais conhecimentos, o novo rei tratou de mantê-la isolada, acusando-a de feitiçaria, e não hesitou em vendê-la como escrava. </div><div style="text-align: justify;">Em Uidá, grande porto de venda de escravos, Agotimé foi jogada nos porões imundos de um navio e trazida para o Brasil. O sofrimento físico da rainha, traída e humilhada, era uma realidade menor, pois o seu espírito continuava liberto e sobre as ondas a rainha liderou um grande cortejo, atravessando o mar. </div><div style="text-align: justify;">Desse episódio se forjou um dos elos que une a África ao Brasil. Chegou ao novo continente um corpo escravo, mas um espírito livre, pronto para cumprir a sua saga e fazer ouvir daqui o som dos tambores Jejes. </div><div style="text-align: justify;">Seu primeiro destino foi Itaparica, na Bahia, porto do seu destino e terra santa do conhecimento. Vinda de uma região onde poucos escravos se destinavam ao Brasil, Agotimé se deparou com muitos irmãos de cor, mas não de credo. </div><div style="text-align: justify;">No seu encontro com os Nagôs teve o seu primeiro contato com os Orixás, e através deles a Rainha escrava teve notícias de seu povo. Por eles soube que sua gente era chamada Negros-Minas e foram levados para São Luís do Maranhão. Contaram que não tinham local para celebrar o seu culto, pois esperavam um sinal de seus ancestrais. Agotimé logo entendeu por quem esperavam. </div><div style="text-align: justify;"><strong>Dessa forma a rainha chegou ao Maranhão</strong>. Terra da encantaria e de forte representação popular. Os tambores afinados a fogo e tocados com alma por ogãs, inspirados por velhos espíritos africanos, ecoam por ocasião das festa e pela religião. Foi no Maranhão que Agotimé, trazida para o Brasil como escrava, voltou a ser Rainha. Sob orientação de seu vodum, fundou a "Casa das Minas”, de São Luís do Maranhão, em meados do século XIX. </div><div style="text-align: justify;">Para contar essa história, trilhando caminho inverso ao de Nã Agotimé, e com uma exposição fotográfica sob a forma de portraits, o fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos viajou ao Benin acompanhado do antropólogo africano Hippolyte Brice Sogbossi.</div><div style="text-align: justify;">A proposta do Projeto é realizar uma pesquisa e documentação fotográfica da atual situação de terreiros e seus respectivos chefes no Benim e no Maranhão. Para tanto, foram entrevistados e fotografados personagens de reconhecida importância no cenário do culto aos voduns, com a finalidade de traçar um paralelo entre os Sacerdotes africanos e os Chefes de Terreiros do Tambor de Mina do Maranhão.</div><div style="text-align: justify;">No Benin, num período de 25 dias, foram visitadas as cidades de Cotonou, Abomey, Allada, Ouidah, Calavi e Porto Novo. O Projeto “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão” foi aprovado no Edital de Apoio à Produção Cultural do ano de 2008 da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnYhmdj-RjwD7fETSAOGQ24jO-3jp0XtLuZ-dI6UiZw7j0allybzvHWD8v8Ob4K0PN0d_rH8-xHDseR8RNaffBuhH6ZJej3aIvjNrZXyN1LStIzNQFFEPw7jkT04RfEPj91J_AhVUx9U/s1600-h/convite-verso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnYhmdj-RjwD7fETSAOGQ24jO-3jp0XtLuZ-dI6UiZw7j0allybzvHWD8v8Ob4K0PN0d_rH8-xHDseR8RNaffBuhH6ZJej3aIvjNrZXyN1LStIzNQFFEPw7jkT04RfEPj91J_AhVUx9U/s320/convite-verso.jpg" width="297" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;"><strong>Márcio Vasconcelos</strong> é fotógrafo profissional independente e há mais de uma década vem se dedicando a registrar as manifestações da Cultura Popular e Religiosa dos afro-descendentes no Estado do Maranhão. <strong>Hippolyte Brice Sogbossi</strong> é beninense e radicado no Brasil há mais de 10 anos. Doutor em Antropologia Social e professor da Universidade Federal de Sergipe.</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik5rAHyQdjw5qpLZD528uC6TuzE9JXvC6PaDiekj62n6orQrgDA6KA2YCDTtKO_VX7CIGAPNFPOrjCEGsC7-46vnFMrnvM6XcTdbu5SOUgzRguoVN1YNjIFApbv0yQcM3b6UMTDbtSkE4/s1600-h/marcio_blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik5rAHyQdjw5qpLZD528uC6TuzE9JXvC6PaDiekj62n6orQrgDA6KA2YCDTtKO_VX7CIGAPNFPOrjCEGsC7-46vnFMrnvM6XcTdbu5SOUgzRguoVN1YNjIFApbv0yQcM3b6UMTDbtSkE4/s400/marcio_blog.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><strong>Fotos: EUCLIDES MENESES / AGBOCE SU HU NEXO-OUIDAH</strong> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><strong><em>Exposição Márcio Vasconcelos</em></strong></div>Casa de Nhozinhohttp://www.blogger.com/profile/12270775128191349002noreply@blogger.com0